E não é que já estamos caminhando para quase 1 mês inteiro tendo review de quadrinhos por aqui toda semana? Espero conseguir manter o ritmo (e ter $ para seguir comprando os quadrinhos, me ajuda Panini!). Vamos lá para a crítica de “X-Men” 14, lançado pela Panini em Março de 2021 esta edição reúne os títulos: “Marauders 9”, “New Mutants 8″, X-Force 9”, “Cable 1” e “X-Men 8 e 9”.
“Marauders (Carrascos) 9 – Jornada ao centro do Pyro”, escrita por “Gerry Duggan”, ilustrada
por “Matteo Lollie” e colorida por “Edgar Delgado”.
Que delícia ter o retorno o retorno de Matteo para a arte nesta edição. Ainda que ele não seja meu desenhista predileto, pelo menos seu trabalho me agrada mais que o do “Stefano Caselli”. Para melhorar poderiam ter trocado o Edgar, já que eu sigo achando o trabalho dele inconsistente. Esta edição pelo menos ele foi coerente e apagou a impressão de duas pessoas fazendo as cores. Arrisco dizer que ele até me agradou em uma pequena sequência com um jantar. Tirando isso, o texto do Gerry segue excelente. Ele enganou não só um dos inimigos do “X-Men”, mas me enganou também. Tem um acontecimento que me deixou indignado, pela facilidade com o que uma pessoa consegue se infiltrar na ilha de Krakoa e ainda matar uma mutante poderosa antes de fugir, mas… Não darei spoilers, apenas reforçarei que fui enganado e isso foi muito bom. Espero que ele siga com o bom trabalho nas próximas edições.
Estou bem curioso pela sequência.
“New Mutants (Novos Mutantes) 8 – Temporada de caça”, escrita por “Ed Brisson” e arte por
“Marco Failla”.
E não é que a história contada pelo Ed nos levou para o Brasil? Levou para uma cidade fictícia, Nova Roma, inserida no meio da Amazônia, mas levou. Amazônia cliché dos gringos, com mosquitos e umidade, mas levou. Brasil com mutantes de aparência diferente e fora do padrão, mas ainda assim nos levou. Brincadeiras à parte, a história é simples e direta. Serve para nos aproximar mais dos “Novos Mutantes” e para movimentar a história deles, já que surge uma nova ameaça para as próximas edições. A dinâmica entre Armadura, Dinamite e Magma flui de maneira natural e convincente. Cada uma das personalidades fica bem marcada e vai isso me ajuda a conhecer melhor este grupo. Ponto positivo. Além disso, o texto dele também anda com a história principal, ao trazer “Sebastian Shaw” acabando com um cartel de traficantes apenas com uma canetada. Acredito que temos a estreia de Marco fazendo arte neste reboot dos mutantes, já que não lembro de ter visto nada feito por ele nas edições anteriores. Gostei do que ele fez, tanto desenhando quanto colorido. Incrível como soube passar calor e o clima tropical do Brasil e da Costa Perdita. Suas personagens também possuem características distintas quando estão em destaque e não perdem muito quando estão em quadros menores ou ao fundo. Uma boa estreia para complementar uma boa edição.
“X-Force 9 – Selva Moral”, escrita por “Benjamin Percy”, ilustrada por “Joshua Cassara” e
colorida por “Dean White”.
X-Force segue firme na disputa de melhor time, não só time mutante como time artístico. Incrível como novamente Benjamin, Joshua e Dean fazem um bom trabalho. O texto está muito bom, com uma história que mata um pouco da minha vontade de ver a vida na nação mutante e também segue com a trama. Praticamente não tem ação, mas o que tem é suficiente. O entrosamento dos três é total. As cores se encaixam perfeitamente no desenho e este funciona muito bem para a história. Temos um quadro em página dupla que é lindo e te transporta direto para dentro de uma festa na ilha. “X-Force” tem novamente uma edição impecável que me deixa na expectativa para a próxima.
“Cable 1 – Armas de grande porte”, escrita por “Gerry Duggan” e arte por “Phil Noto”.
Temos aqui uma história que me deixou dividido demais. Primeiro porque fiquei perdido e não entendi o Cable jovem e também o Cable idoso. Estas viagens no tempo dos “X-Men” sempre me aborreceram, porque acho sempre muito malfeitas. Aqui eu nem sei como será, apenas fiquei com o meu preconceito. Talvez seja algo claro para quem estava acompanhando as histórias antes do Hickman assumir, mas se for isso, deveria ter alguma maneira de situar os novos leitores, pois, começar sem explicações da existência de um Cable jovem me deixou totalmente desconectado. Somo apresentados ao “Clube da Luta” de Krakoa e, como sempre, gosto de saber mais da vida cotidiana ali. Não acredito no resultado da luta, exatamente por não conhecer este jovem Cable, mas isso é o de menos. Só a ideia dos mutantes se divertirem assim já é bem legal. Acho até que é o único ponto positivo desta história para mim. A arte do Phil é outro ponto que me divide, porque ela é muito bem feita, porém eu ainda não sei gostar quando é tudo muito digital e quando fica entre o realista e o cartunesco, sei lá, preciso evoluir como leitor, não é culpa dele. Se tem algo que realmente eu poderia considerar um problema, talvez, seja a riqueza da pintura em alguns quadros, onde não temos profundidade e nem diferentes tonalidades, com áreas inteiras no mesmo tom de cor. Nada que realmente seja ruim e diminua a experiência com esta edição. Vou aguardar mais para formar uma opinião sobre este novo quadrinho inserido na revista da Panini.
“X-Men 8 & 9 – Enxame & Ovo Rei”, histórias escritas por “Jonathan Hickman”, desenhada por
“Mahmud Asrar” & “Leinil Francis Yu” e colorida por “Sunny Gho”.
Quando vi uma edição dupla de “X-Men” fiquei bem animado, daí quando fui ler e vi que era uma aventura espacial e dei uma leve desanimada. Já devo ter escrito aqui que não sou fã destas histórias dos meus mutantes prediletos, mas quando a história é boa, ela é boa seja no espaço ou na Terra. Não foi o caso aqui. Achei que apesar de uma edição dupla, faltaram páginas para me colocar dentro do contexto da história. Tem tanto texto espalhado pelas revistas, com e-mail, ata de reunião, descrição de sei lá o que, não custava dar mais páginas para contar a história melhor. Acredito que o que mais me irrita é o gatilho da aventura – um ovo alienígena que a Rahne (Lupina) trouxe do espaço. Sério mesmo que neste universo seria tudo bem trazer um ovo aleatório para o planeta Terra? Com tanta zica que eles enfrentam nestas aventuras cósmicas? Achei fraco demais, daí se desenrola de maneira confusa e que não faz muito sentido até que chega numa resolução que, essa sim, parece promissora para o futuro. Eu acredito no Hickman, então é outra história que vou esperar antes de desistir. O difícil é que já deve ser a terceira trama paralela dos “X-Men”. Temos os mutantes presos na câmara, a trama da mística e agora esta da Ninhada. Como lembrar de todas e não se confundir? Não estão ocorrendo em paralelo, então qual a linha do tempo certo? Difícil, não é? Já a arte está abaixo do que esperava para o título principal. A estreia do Mahmud é ok e confesso que vi pouca diferença para o trabalho dele e do Leinil. Parecia até um mesmo artista fazendo as duas edições. Estão lá até as “sujeiras” que andei reclamando do Francis. O fato de ser o mesmo colorista ajuda esse sentimento de uniformidade, eu sei, mas o traço também é bem parecido. A principal diferença foi que os personagens do Mahmud possuem fisionomias diferentes. Gosto demais disso. Na edição passada reclamei que todo mundo estava igual na arte do Leinil. Nessa não tem como saber, pois só a família Scott era humana na aventura dele e os três homens da família pareciam gêmeos. Vamos ver se isso será uma tendência do artista ou uma exceção por prazos apertados.
Na minha visão “X-Men” 14 caiu bem de qualidade nesta edição. Muito por conta de preferências pessoais que tenho e nem tanto por conteúdo que seja realmente ruim, embora existam decisões ruins ao longo dos seis quadrinhos agrupados nesta revista da Panini. Entendo que pode me faltar pano de fundo, ou conhecimento, sobre os “X-Men”, mas não é isso que se espera de um recomeço de história. Por conta de tudo isso, para mim este mês “X-Men” leva 3 bengalinhas.