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Crítica – Popeye – Um homem ao mar

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Velho Também lê quadrinhos - Crítica Popeye Um homem ao mar
Velho Também lê quadrinhos – Crítica Popeye Um homem ao mar

Salve pessoas velhas de todas as idades! Depois de meses atualizando o site só com os novos episódios do “Velho Tá no Cast (VTNcast)” chegou a hora de voltar com os reviews e críticas por aqui. E vamos de crítica de quadrinhos, porque eu quero muito escrever sobre a Graphic novel “Popeye – Um Homem ao mar”, esta (spoiler!) pérola escrita pelo francês Antoine Ozanam e ilustrada pelo brasileiro Marcelo Lelis. A obra foi lançada inicialmente na França e ganhou uma edição brasileira lançada pela Skript Editora. (Aqui vale uma pequena curiosidade: a lei de direitos autorais brasileira é bem parecida com a europeia e, em ambas, as histórias do marinheiro Popeye caíram em domínio público, permitindo o lançamento da revista)

O quadrinho foi lançado na França em 2019 e, depois de alguns atrasos, a edição brasileira chegou em Dezembro de 2021 em edição de luxo muito bem acabada (sim, eu não ignorei que a arte “vaza” na lombada, mas é algo pequeno demais). Nossa edição tem direito a uma bela (e completa) introdução explicando a origem do personagem criado por Elzie Crisler Segar em 1929. O texto inicial deve ajudar os novos leitores, que não conhecem o Popeye, a entender um pouco de sua história e sua influência na cultura pop. Para quem já conhece o marinheiro, pode acabar funcionando como uma pequena viagem ao passado, porque eu realmente fui pego pela nostalgia ao lembrar do desenho animado da Hanna-Barbera.

Velho Também lê quadrinhos - Crítica Popeye Um homem ao mar
Velho Também lê quadrinhos – Crítica Popeye Um homem ao mar. Imagem por Lelis.

A história da revista, escrita por Ozanam, faz uma releitura da origem do personagem, trazendo uma pegada bem realista para tudo que é apresentado. Os personagens são apresentados de maneira muito respeitosa e os principais ainda ganham um pedacinho de história para você entender um pouco melhor cada um deles. Aliás, acho que é nestas pequenas histórias que o talento do escritor se destaca. Incrível como em poucos quadros ele consegue passar todo o peso dos personagens. Eu conseguia entender o momento de vida de cada um e ser empático com eles. Sim a arte do Lelis ajuda muito, mas ainda assim a qualidade do texto se destaca demais. Este foi o primeiro trabalho que li do autor, mas fiquei com bastante vontade de ler mais obras escritas por ele. Me agrada também como ele conseguiu misturar realidade com a história do Popeye. Quando o principal momento da trama chega você realmente fica curioso para saber qual será o desenrolar da história, afinal o texto vai embarcar na fantasia ou seguir com os dois pés fincados no chão?

Para acompanhar o texto temos a arte espetacular do Lelis. Pode parecer exagerado, mas realmente achei espetacular o trabalho dele aqui. Sei que sou suspeito para falar, afinal, amo pintura com aquarela e o AquaLelis é referência, mas mostrei a revista para algumas pessoas que nem se interessam tanto por quadrinho, ou pintura aquarelada, e também acharam incrível. O espanto foi: como esse estilo de arte está em um quadrinho do Popeye e deu tão certo? Não basta apenas a arte dele casar perfeitamente com a história, ela sozinha contribui muito para o seu desenvolvimento. Mesmo os quadros em que não há texto passam todo o sentimento necessário para aquele momento. Em algumas situações me peguei sentindo toda a tristeza e solidão do Popeye. Fora isso ele também consegue passar uma sensação de movimento incrível nas cenas, dando vida à ação retratada. Acho que o maior elogio para a qualidade artística desta revista será deixar na sala da sua casa, para que qualquer um possa puxar, folhear e viajar na arte do Lelis.

Velho Também lê quadrinhos - Crítica Popeye Um homem ao mar
Velho Também lê quadrinhos – Crítica Popeye Um homem ao mar. Imagem por Skript editora.

Popeye – Um homem ao mar

A graphic novel “Popeye – Um homem ao mar” é o melhor quadrinho que li em 2021 e também uma das melhoras histórias que consumi. O texto e a arte casam perfeitamente e te colocam dentro de um curto período na vida do marinheiro mais famoso da cultura pop. Uma pena que a versão brasileira, que começou através de financiamento coletivo criado pela Skrypt, tenha passado por tantos problemas e tenha acabado tirando um pouco do foco do lançamento da revista, porque o trabalho da editora foi muito bem feito e só ajuda a dar destaque para o conteúdo da revista. Definitivamente este é um quadrinho que merece ser lido e, como já escrevi, pode ficar até na sala da sua casa para que as visitas possam ver e se interessar em conhecer um pouco mais dessa mídia que pode ser surpreendente, mas segue ignorada como sendo “coisa para criança”.

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Velho Também lê quadrinhos – Crítica Popeye Um homem ao mar. Nota: 4,5 de 5 bengalinhas

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