Saudações velhos leitores de quadrinhos, estou voltando aqui para falar novamente sobre o tema. Dar continuidade na minha saga de ler “X-Men” em sua fase comandada pelo excelente “Johnatan Hickman”. Cheguei ao volume 7, apesar de ter até o 36 em casa e a Panini estar na edição 50 (sim, estou bem atrasado).
Esta edição marca a mudança da Panini na publicação das histórias e ao invés de 3, são 6 histórias dos diferentes títulos mutantes. Essa mudança é bem-vinda, já que nem todos os títulos me atraíram a atenção e desta maneira. A saber, os títulos incluídos aqui são: “X-Men 2”, “Marauders 2”, “Excalibur 2”, “X-Force 2”, “New Mutants 2” e “Fallen Angels 2”. Vamos à crítica.
“Marauders (Carrascos) 2 – A coroação Vermelha”, escrita por “Gerry Duggan”, ilustrada por “Matteo Lolli” e colorida por “Federico Blee”.
Que tal entender um pouco mais dos bastidores políticos do “Clube do Inferno” (ou Hellfire Trading Club, em inglês)? Pois bem, Duggan nos apresenta um roteiro delicioso com pitadas de ação, intriga política e uma grata surpresa para o futuro do Clube e das histórias dos Carrascos. É muito bom ler um roteirista com liberdade para ir além do básico e esperado em histórias em quadrinhos. Me agrada muito o protagonismo que está sendo dado para Kate Pryde. Confesso que no passado ela era uma mutante que eu raramente prestava atenção, mas agora está sendo bem aproveitada como foco da história. Fora isso ainda temos a presença de Emma Frost que é sempre um mistério e bem divertida de acompanhar. Ainda que eu tenha pequenas implicâncias com a arte de Matteo, estou começando a me acostumar e não tem como essa combinação de política, bom humor e pirataria não ser a melhor história da revista, assim como já foi em X-Men volume 5.
“Excalibur 2 – Verso II: Uma torre de flores”, escrita por “Tini Howard”, ilustrada por “Marcus To” e cores “Erick Arciniega”.
Confusão é o sentimento que resume essa história para mim. Me senti bem perdido e até voltei para a edição anterior, queria entender o que esqueci ou perdi, mas não encontrei. O roteiro me parece confuso e com isso fiquei desconectado da história, tendo que ir e vir nas páginas para tentar entender. A personalidade atual do Gambit não me agrada. As lutas são ruins. Eu gosto do protagonismo que é dado para Betsy Braddock, e do caminho que a história toma com Apocalipse, porém achei a história um pouco confusa. Nem vou me prolongar para não correr o risco de ser injusto com o título, prefiro aguardar as próximas edições antes de firmar se esta é uma história que eu gostaria de seguir ou não. O lado positivo é que os desenhos me agradaram bem mais nesta edição do que na anterior.
“X-Men 2: O invocador”, escrita por “Jonathan Hickman”, ilustrada por “Leinil Francis Yu”, arte-final por “Gerry Alanguilan” e cores por “Sunny Gho”.
O título chefe dos mutantes praticamente ignora o grande acontecimento da revista X-Force 1, seguindo com foco na família Summers. Aqui Cíclope parte para investigar uma nova ilha que está se aproximando da ilha mutante de Krakoa e para essa aventura convida seus filhos Cable e Prestígio. O roteiro de Hickman segue bom e eficiente, com diálogos incríveis entre pai e filhos, fora a dinâmica entre os irmãos. Gostei muito de como ficam naturais e marcam a personalidade de cada um dos personagens. A parte de aventura também é bem legal, com bastante ação e um final no mínimo inusitado. A arte da edição segue se destacando com relação aos outros títulos. Os três artistas seguem se entendendo, conseguindo por o foco no que é necessário para o roteiro em cada momento. Sigo impressionado com o nível de detalhes e cuidado com um título mensal.
“Fallen Angels (Anjos Caídos) 2 – Shoto”, escrita por “Bryan Hill”, ilustrada por “Szymon Kudranski” e colorida por “Frank D’Armata”.
Que dificuldade ler esta história. A combinação da arte confusa, feia, sem padrão, com um roteiro que também não é bom, me faz desconectar totalmente da história. Acho que é o único quadrinho que eu acabo pegando o celular instintivamente, sem nem pensar, porque o foco simplesmente não consegue ficar ali. Nem sei muito mais o que escrever e que não vá ser mais reclamação. Uma pena que a Psylocke esteja sendo tão maltrada…
“X-Force 2 – A espada de Dâmocles”, escrita por “Ben Percy”, ilustrada por “Joshua Cassara” e colorida por “Dean White”.
Aqui finalmente temos a repercussão e consequências da grande morte apresentada no volume 6 de X-Men. Como escrevi antes, este gancho não me pegou e senti que o roteirista tentou criar uma dificuldade e um drama para o processo de ressuscitação desta importante personagem, porém não tem como o leitor imaginar que a história vá seguir adiante sem essa pessoa. Dito isso, o trabalho da dupla “Joshua e Dean” é muito bom e quase me fazficar comovido com os mutantes sofrendo essa morte. Apesar do gancho não me pegar, o roteiro não é ruim e traz uma jornada interessante do Wolverine trabalhando em conjunto com Ômega Kid, o que rende momentos divertidos por conta dos conflitos de geração. Fora isso, pelo que entendi, Percy sugere maiores consequências para o futuro da nação mutante, caso a notícia da morte vaze para fora da ilha. Esta história me agradou mais que a edição inicial de X-Force e, de todos os títulos, este é o que mais me parece conectado ao “Aurora de X (Dawn of X)”.
“New Muttants (Novos Mutantes) 2 – Cadeia espacial”, escrita por “Jonathan Hickman” e arte por “Rod Reis”.
Para quem ainda não percebeu, Hickman está escrevendo duas revistas mutantes: “X-Men” e “Novos Mutantes” e tenho a impressão de que ele tem usado as revistas com propósitos diferentes não só para a história, mas para sua escrita. Enquanto as histórias dos veteranos evoluem o impacto da nação mutante em nosso mundo, os novos mutantes estão em uma aventura espacial aparentemente desconectada da trama central. Ficou claro para mim que a revista será usada com uma pegada mais leve e de humor, re-apresentando as personagens para os leitores. Nesta edição temos até um momento de “law & order” com o julgamento das personagens. Fora isso seguimos entendendo e conhecendo mais do Mancha Solar, além de ver como ele se relaciona com o restante do time. Estava bem curioso para entender como o roteirista iria seguir a história, se voltaria para a pegada séria
característica dele ou não, fui surpreendido e estou gostando. A arte de “Rod Reis” segue impecável, mesmo tendo que disputar espaço com as caixas de texto gigantescas que o roteiro necessita. Ele sabe como conduzir os olhos do leitor pelos desenhos, entregando os detalhes onde são necessários e usados tons bem definidos para cada ambiente que as personagens estão. Um trabalho impecável. De todos os títulos mutantes, este é um dos que me deixa mais curioso para ver como serão suas próximas edições.
Na crítica da edição anterior eu reclamei de terem agrupado os títulos mutantes em uma única revista “X-Men”, alternando de 3 em 3 histórias, mas agora vou elogiar terem agrupado os 6 títulos no mesmo volume e sem mudar o preço, ainda que o lançamento seja quinzenal. Isso faz com que as histórias ruins sejam quase ignoradas, pois temos outras para ler na mesma edição. Também faz com que a mesma revista tenha diferentes tipos de história sendo contadas, este mês tivemos até um julgamento espacial. Acredito que o saldo seja positivo e tenha superado as minhas expectativas, me dando confiança para seguir lendo (mesmo porque já comprei até a 36) e por isso merece 3,5 bengalinhas.