Velho Também Review,Videogame Review – Super Mario Bros. 3

Review – Super Mario Bros. 3

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Talvez você já tenha escutado o termo “episódio piloto”, que é um episódio de demonstração usado para vender um novo programa de TV para seus executivos. A ideia me pareceu muito boa (e segura) e assim como os seriados que gostamos tanto, este site também terá um episódio post piloto para testar o formato da publicação, o que será avaliado e também o funcionamento do site.
Com isso definido o próximo passo era escolher qual jogo seria parte do piloto e para isso não tive dúvidas, escolheria aquele que eu considero o melhor jogo de todos os tempos (spoiler do review!), ele mesmo, Super Mario Bros. 3!

O jogo foi desenvolvido e publicado pela Nintendo. No Japão o lançamento ocorreu em algum momento de 1988 e eu só fui jogar do meio para o final de 1990 (é jovens, lançamento simultâneo é coisa tão moderna que sempre que vejo filmes com temas oitentistas, fico pensando que para nós seria o início da década de 90).
Em sua terceira aventura,
Este review considera as qualidades técnicas do jogo pensando em quando foi lançado, pois seria injusto comparar com os jogos atuais (apesar de eu achar que os sprites envelheceram muito melhor que os gráficos poligonais de ps one e ps2). Então vamos lá, item por item.

Gráficos

Hammer Brothers
Super Mario Bros 3
Velho Também

Super Mario 3, original do NES, é um jogo visualmente muito bonito e me recordo de poucos jogos que tenham sido mais bonitos que ele, então o colocaria facilmente entre os 5 ou 3 mais bonitos do console.
Durante o jogo você até esquecia que o console era capaz de exibir menos de 30 cores ao mesmo tempo na tela.
Cada um dos 8 mundos (ou 9, se contar o warp zone) possui uma identidade visual única de acordo com um tema, são eles:
Mundo 1 – Grass Land: o primeiro mundo do jogo é repleto de grama e arbustos, tudo muito colorido e abusando da (limitada) paleta de cores do nintendinho.
Mundo 2 – Desert Land: terra de desertos e pirâmides. A paleta de cores fica no tom de areia (marrom?) e algumas fases com um eterno céu de por do sol. Falando em sol, como os inimigos também estão dentro do tema do mundo, neste você terá de enfrentar até um sol raivoso e serpentes de fogo, enquanto tenta não ser engolido por areia movediça.
Mundo 3 – Water Land: azul é a cor mais… molhada? Sim, como dá para imaginar os estágios aqui são dentro d’água ou com água no lugar de buracos que estão presentes nos estágios anteriores. Me impressiona as soluções dos desenvolvedores para da a sensação de que você está submerso, como pequenas ondas no topo da tela ou mesmo as plantas se movimentando. Aqui também aparece uma planta, que atira fogo, e tem até “transparência”, peixes boiando e bolhas de ar saindo de canos.
Mundo 4 – Giant Land: o mundo que lembro com mais carinho. Pensem no pequeno velhinho, com seus 10-11 anos, alucinado com o filme “Querida encolhi as crianças”, começando o primeiro estágio e vendo um cano gigante, logo em seguida uma piranha plant e um goomba gigantes. Foi inacreditável. O visual em si me lembra muito Grass Land, mas ainda assim os sprites gigantes fazem deste um dos meus mundos prediletos dentro do jogo.
Mundo 5 – Sky Land: apesar do visual não trazer novidades, a quantidade de coisas acontecendo em algumas fases deste mundo é absurda enquanto a terra ainda te empurra para a frente e o videogame aguenta tudo isso sem engasgar.
Mundo 6 – Ice Land: o mundo de gelo novamente traz soluções bem criativas para driblar as limitações do console e seguir fazendo você acreditar que realmente está andando no gelo, no meio de nevascas e com a vegetação coberta por neve. Tudo isso sem deixar os cenários entediantes.
Mundo 7 – Pipe Land: aqui o visual dos outros cenários se repete em diversas fases e para mim a grande diferença, positiva, é como algumas fases são verdadeiros labirintos de canos.
Mundo 8 – Dark Land: arrisco dizer que o último mundo do jogo é dos mais bonitos, e também dos mais criativos, alguns cenários são veículos (tem até um tanque!) outros são totalmente novos, e mesmo temas dos mundos anteriores são acrescidos de detalhes que são a cara desta terra sombria.

Como disse, este é um dos jogos mais bonitos já feito no NES, possuindo mundos com características próprias para os cenários e inimigos. Considero que até hoje pode ser jogado sem muito estranhamento (ainda que eu prefira a versão do SNES por conta da quantidade de cores exibidas ao mesmo tempo) e por isso considero que a nota é:

5 de 5 bengalinhas

Jogabilidade & Level Design

Mapa do mundo 1-1 extraído do portal GameFaqs. Criado por Rick N. Bruns

Gosto de pensar que a jogabilidade e o Level Design (desenho dos níveis) devem andar juntos e por isso decidi que irei avaliar em um tópico único.
Este é o ponto que o jogo brilha mais e até hoje desconheço um jogo de plataformas que possua jogabilidade melhor e mais precisa. E isso é aliado à um level design inacreditável, em que o desafio cresce constantemente, dando tempo para que você masterize habilidades que serão exigidas com intensidade cada vez maior.

Mário possui dois movimentos básicos, que são pular e correr, só que ambos são calibrados com uma precisão incrível. Você realmente sente que está no comando e que as respostas são imediatas. Você sente o peso do personagem e, se tiver habilidade, consegue calcular cada pulo com precisão cirúrgica.Além dos movimentos básicos, de acordo com o power up usado, o herói pode soltar bolas de fogo, bater nos inimigos com o rabo, virar estátua ou mesmo voar temporariamente. No começo vai parecer impossível conseguir correr, pular na cabeça de uma tartaruga, usar esse pulo extra para chegar em uma plataforma móvel, que irá despencar, e fazer tudo isso enquanto a tela vai te empurrando para frente, só que conforme vai avançando tudo isso vai ficando natural Você se torna rápido e entende que se morrer a culpa é exclusivamente sua. Isso pode ser frustrante para alguns, mas para mim era como um recado constante me dizendo para evoluir.

As fases dos jogo são construídas para explorar todas as habilidades do Mário e sempre seguem a temática do mundo, não apenas no visual, mas também nas mecânicas envolvidas. Isso significa sofrer muito no gelo da Ice Land, ter que pular de uma plataforma para outra sem cair no abismo infinito de sky land ou prender o fôlego ao tentar passar pelo mapa de Dark Land e ser agarrado para dentro de alguma fase difícil.

Outro fator importante para o gameplay são os power ups, pois apesar do jogo ser construído de uma maneira que você não precise deles para passar as fases, eles te ajudam muito. Ao todo são sete power up diferentes (oito se você contar a bota, que aparece apenas durante um dos cenários) que te garantem um hit extra antes de morrer, são eles:
Super cogumelo: faz o Mário crescer, garantindo que possa levar um hit a mais antes de morrer;
Flor de fogo: soltar bolas de fogo;
Estrela: Mário fica temporaríamente invencível (além da trilha sonora ficar mais maneira);
Folha: pode voar temporariamente e usar o rabo para atacar inimigos ou destruir blocos;
Roupa de guaxinim (Tanooki): faz o mesmo que a folha, mas também te permite virar estátua temporariamente, ficando assim intangível;
Roupa de sapo: te permite nadar com mais liberdade (mais direções) e mais rápido. Fora da água te permite pular mais alto, porém andar de maneira mais lenta;
Roupa de Hammer Bros: permite soltar martelos e o casco te protege de alguns ataques, como bolas de fogo;
Sapato de Kuribo: presente apenas em uma fase, permite pulos mais altos, pular em inimigos que você normalmente não poderia (espinhos, por exemplo) e ainda caminhar sobre as plantas que existem nesta fase específica;
Além destes power-ups, o jogo também possui itens para ser usados no mapa e que podem facilitar sua vida, sendo a P-Wing (deixa o Mário voar por uma fase inteira ou até ser atingido) o mais emblemático junto com a flauta (permite que você pule para um mundo mais adiantado).
A combinação de uma jogabilidade precisa, com um level design impecável e power ups que mudam a dinâmica do jogo, a nota é:

5 de 5 bengalinhas

Som

Super Mario Bros 3
Velho Também

É trilha sonora que você quer? Efeito sonoro? Está tudo aqui.
Até hoje eu não entendo (e para falar a verdade nunca tentei entender) como um cartucho com pouco mais de 300kb podia ter um jogo inteiro e ainda uma trilha sonora e efeitos de som com a qualidade, e na quantidade, que SMB3 tem.
O jogo original é considerado um dos responsáveis por mostrar que os jogos de videogame podiam ter trilha sonora e não apenas apenas efeitos sonoros. Nesta aventura o compositor Koji Kondo retorna com o que eu considero as melhores músicas da série. Elas combinam perfeitamente com cada ambiente. Possuem uma riqueza de detalhes e “instrumentos” que o NES ainda não tinha visto em execução.
Além da música, os efeitos sonoros também são bem marcantes e outra vez se destacam entre os jogos do NES. Ainda que seja um jogo desenvolvido pela própria Nintendo, é espantoso a maneira que o hardware é explorado ao ponto de algumas fases terem até eco, ajudando ainda mais na imersão dentro do mundo do jogo.
Não tem como passar pelas grandes trilhas sonoras da história do videogame sem falar deste jogo, logo a nota não poderia ser diferente:

5 de 5 bengalinhas

Diversão

Super Mario Bros 3
Velho Também
Batalha batalha batalha!

Este é o critério mais subjetivo e difícil de falar sobre o jogo, pois é extremamente pessoal, mas como este é um blog de opiniões pessoais, vou pensar nisso e seguir com a análise desta maneira.
Super Mario Bros 3 é o jogo de videogame que eu mais joguei na vida. Primeiro porque ele foi lançando quando o acesso aos jogos era bem limitado, pois os jogos eram caros e alugar também não era barato. Segundo porque na época haviam poucas formas de entretenimento e não dava para ficar eternamente brincando na rua. E não menos importante, é meu jogo de videogame favorito de todos os tempos.
O desafio proporcionado é bem grande, ficando sempre naquela linha tênue entre te fazer desistir ou fazer com que você se esforce mais. Fora o desafio, o mundo do jogo, incluindo cenários e seus inimigos, é muito divertido e te fazer querer revisitá-lo muitas e muitas vezes. Por muitos anos eu tive o ritual, anual, de jogar SMB3 e Super Mario World até o final passando por todas as fases e é incrível como SMW já é um jogo de outra geração em todos os sentidos, sendo inclusive muito mais fácil, não apenas por ter saves.
O modo para 2 jogadores também adiciona muito ao fator diversão, pois, além de vocês competirem por pontos e por quem consegue passar mais fases, ainda é possível puxar seu amigo para uma disputa que definirá quem será o próximo a jogar, fazendo com que passar por onde seu amigo está seja um fator para aumentar a tensão. Por isso tudo que não poderia ser diferente:

5 de 5 bengalinhas

História

Super Mario Bros 3
Velho Também

Ainda que na época a história dos jogos não fosse tão explorada/importante, exceção feita aos RPGs, SMB3 também não contribuiu em nada para quebrar este paradigma. Para falar a verdade, nem sei se faria sentido mudar muito a história do jogo. A única inovação aqui, é que ao invés de salvar a princesa, você tem que salvar os reis, de cada um dos sete mundos, que foram transformados em animais. (Aqui vale um parênteses apenas para dizer que é bem moderninho esse mundo do Mário, afinal quantos reis diferentes e que governo descentralizado, não?)
Lógico que ao longo da trama (spoiler alert!) a princesa será sequestrada caberá ao encanador partir para o resgate. Para mim a história vai só um pouquinho além do que era esperado e ainda traz uma surpresa, então:

3 de 5 bengalinhas

TL;DR – Muito longo, não li.

Super Mario Bros 3 é um jogo espetacular. Um dos maiores clássicos já feitos. O jogo te coloca em uma jornada incrível dentro do reino dos cogumelos. Cada mundo possui uma identidade própria baseada em um tema específico, mas ainda assim estas identidades estão conectadas de tal maneira que isso fica harmônico sem parecer que são jogos diferentes.
A jogabilidade impecável, e uma das mais precisas já feitas, é colocada a prova em desafios que vão crescendo conforme o jogo avança. Praticamente todo mundo novo te trará um desafio diferente, que vai parecer simples, mas depois vai escalonando até exigir o máximo de você, precisando de alguma dedicação e treino para completar (lembrem-se que no NES este jogo não tinha save). Para ajudar nestes desafios, são apresentados diversos power-ups (divertidos!) que te permitem voar para fugir dos inimigos, soltar bolas de fogo, virar estátua, etc.
Também não pode-se deixar de lado a trilha sonora, que te empurra para seguir adiante em cada fase e se tornou clássica ao ponto de ser conhecida até por pessoas que nunca jogaram SMB3.
Esse pacote todo cria um dos melhores, e mais divertidos, jogos de todos os tempos, sendo imperdível para quem gosta de videogame.

Super Mario Bros 3
Velho Também
Nota
Avaliação
Review
5 de 5 bengalinhas (*a nota final não é a média)

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1 thought on “Review – Super Mario Bros. 3”

  1. Muito bom, me deu até vontade de jogar de novo, mas como vc falou prefiro a versão do snes, seria esse um dos primeiros remakes da história dos jogos? Rsrrs parabéns pelo site e sucesso sempre!!!

Comentários

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