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Review – Ni no Kuni: Wrath of the White Witch (Remastered)

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Velho Também Joga – Review: “Ni no Kuni: Wrath of the White Witch”

Salve pessoas velhas de todas as idades, que alegria vir aqui para falar de um J-RPG (Japanese role-playing game) tão caprichado quanto “Ni no Kuni Wrath of the White Witch”. Joguei a versão Remastered do PS4, porém fiz isso no PS5 e acredito que não faça diferença. Bom, sem enrolação, vamos ao review sem spoilers, porque Velho Também joga!

The Wizard’s Companion

Velho Também Joga – Review: “Ni no Kuni: Wrath of the White Witch”. Imagem por Namco Bandai.

Começando pela excelente história. Você controla Oliver, que levava sua vida tranquilamente em Motorville e acaba perdendo sua mãe em um acidente que ele mesmo causou. Enquanto vive seu luto as suas lágrimas acabam fazendo com que um boneco, que foi presenteado por sua mãe, ganhe vida e se revele como um fada chamado Drippy. Ele então explica para Oliver que existe um “Outro Mundo” e que as pessoas possuem “irmãos/parceiros de alma” neste mundo e por isso estas pessoas estão interligadas, com ações de um mundo influenciando o humor e a vida da pessoa no outro mundo. Drippy indica que a mãe de Oliver é muito parecida com a grande sábia Alicia e que talvez esta pudesse ajudar a trazer a mãe do menino de volta. Mas é óbvio que não será nada fácil, pois Alicia foi aprisionada pelo terrível Shadar, então eles partem para uma incrível jornada que me consumiu pouco mais de 60 horas.

A história principal de “Ni no Kuni: Wrath of the White Witch” é muito bem construída, misturando momentos mais infantis com temas mais maduros, porém feito de maneira bem fluída, conseguindo ter o peso certo para não assustar os jogadores mais jovens e sem ficar bobo para espantar os jogadores mais velhos (como eu).

Fora da história principal o jogo alterna bons e maus momentos. Um exemplo é o tratamento que os familiares recebem. Estes pequenos monstrinhos, que algumas pessoas podem adestrar para usar durante as batalhas ao estilo Pokémon, recebem toda uma construção ao redor. Com explicações detalhadas sobre cada um dos tipos. A magia também é bem detalhada no livro que Oliver carrega (“The Wizard’s Companion). Acontece que o mesmo cuidado não foi dado para as cidades espalhadas pelo Outro mundo. A história delas é bem pobre, assim com a história dos personagens coadjuvantes que acompanham Oliver em sua jornada. Por se tratar de um JRPG eu esperava mais peso para os personagens secundários e suas histórias. É algo que incomoda e deu força para uma teoria que criei durante o jogo e não é spoiler: Oliver na verdade estaria apenas buscando refúgio em sua imaginação para enfrentar um momento tão difícil como o luto pela perda da mãe.

Velho Também Joga – Review: “Ni no Kuni: Wrath of the White Witch”. História: 4 bengalinhas.

Ding Dong UAU!

Velho Também Joga – Review: “Ni no Kuni: Wrath of the White Witch”. Imagem por Namco Bandai.

Conhece o Studio Ghibli? Ele está por trás de desenhos como “Meu amigo Totoro”, “A Viagem de Chihiro”, “O castelo animado” e muitos outros. Pois bem, o estúdio ficou responsável pelas animações de “Ni no Kuni: Wrath of the White Witch” e elas ficaram lindas demais.

A desenvolvedora, Level-5, trabalhou junto com o Studio Ghibli para que este ficasse responsável por todas as sequências animadas, as famosas cutscenes. Além disso foi usada a técnica de Cell Shaded para deixar o gameplay também com a cara das animações criadas. Isso funcionou tão bem que a impressão era, olha o cliché, de estar jogando uma das animações do querido estúdio japonês.

Os personagens principais, para jogar e para a história, estão muito bem trabalhados e todos possuem alguma característica própria bem marcante. Não tem como esquecer a carinha de feliz do Oliver, a empolgação da Esther, a arrogância do Swaine ou as peculiaridades dos líderes de cada cidade. A vontade que eu tinha era de ir ao Google e procurar bonecos dos personagens que mais gostei para ter na estante do escritório.

Além disso o jogo conta uns 70-80 familiares diferentes e que possuem mais 3 formas de evolução, passando assim dos 300. Ainda assim cada um dos familiares base possui visual e animações próprias. Não é algo inédito, afinal vemos isso em Pokémon faz muitos anos, mas ainda assim novamente o jogo é bastante cuidadoso com os detalhes de cada um deles.

O ponto baixo fica por conta das cidades, e diferentes localidades do mapa, que são bem simples. São funcionais e conseguem ter identidade própria, porém tenho certeza que esquecerei de quase todos eles em pouco tempo.

Não podemos esquecer que o jogo foi originalmente lançado para PS3 e passou apenas por uma remasterização, que deve ter sido facilitada pelo estilo de arte usado no jogo, por isso tudo, e pelo fator Studio Ghibli, não tem como dar menos do que 5 bengalinhas.

Velho Também Joga – Review: “Ni no Kuni: Wrath of the White Witch”. Gráficos: 5 bengalinhas.

Motorville

Velho Também Joga – Review: “Ni no Kuni: Wrath of the White Witch”. Imagem por Namco Bandai.

“Ni no Kuni: Wrath of the White Witch” traz combates que misturam elementos de J-RPGs tradicionais, com ataques por turno, e elementos de action RGPs, permitindo que você se movimente pelo cenário de batalha para atacar ou fugir de ataques. Essa dinâmica funcionaria melhor se os botões tivessem sido mapeados de maneira diferente, pois é praticamente impossível se movimentar e escolher ações, como usar um item ou uma magia diferente, ao mesmo tempo. Fora isso, as ações que você pode escolher para o personagem que não controla me pareceram falhas e cansei de morrer porque deixei um personagem responsável pela cura e este decidia atacar, mesmo que ainda tivesse magia disponível para cura. Também aconteceu muito de escolher a ação para o personagem dar tudo de si e ele fazer a pior escolha possível de familiar para a situação do jogo.

Fora isso, a curva de aprendizagem do jogo é muito pesada e exige que você realmente leia o livro dos magos, já que ali estarão os detalhes sobre suas magias e também sobre como usar os familiares de acordo com o elemento que eles seguem. Sim, assim como os Pokémons, os familiares também tipos específicos, na verdade signos astrais, e que podem ser mais fortes ou fracos contra monstros de signos diferentes. Eu gosto desta dificuldade e estava sentindo falta disso. Tem sido muito comum jogar videogame e zerar jogos sem praticamente qualquer desafio de verdade, então quando vejo um jogo que te desafia e te recompensa pela dedicação, acho isso um ponto positivo.

Um ponto que achei negativo é a quantidade pequena de cidades para visitar e o tamanho das “fases”. Diversas vezes me peguei enrolando para seguir para próxima missão porque saberia que seria rápida e que me deixaria um passo mais perto de terminar o jogo. Queria ter mais coisas para fazer e aproveitar o mundo magnífico que foi criado.

Velho Também Joga – Review: “Ni no Kuni: Wrath of the White Witch”. Jogabilidade: 4 bengalinhas.

The Summerlands

Velho Também Joga – Review: “Ni no Kuni: Wrath of the White Witch”. Imagem por Studio Ghibli Brasil.

Sabe quem veio com o pacote do Studio Ghibli? Ele Joe Hisaishi, o compositor por trás de diversas trilhas sonoras dos filmes do estúdio. O trabalho dele em “Ni no Kuni Wrath: of the White Witch” não deve em nada para as principais obras dele nas animações. A trilha principal do jogo entrou para a minha playlist e tem a capacidade de me transportar imediatamente de volta para aquele mundo. Bate até a saudades e a vontade de saber como Oliver está. A música da tela de título também é sensacional. E a música da última batalha do jogo? Incrível a quantidade de músicas marcantes. Nem daria para ficar falando de cada uma delas aqui. É algo acima da média dos jogos de videogame.

O trabalho de dublagem está bem feito tanto em japonês quanto em inglês, mas senti falta de uma dublagem em português (textos também seriam bem vindos) para deixar o jogo acessível para as crianças que não falam nenhuma destas línguas. Vale dizer que, como quase todos RPGs que joguei, não temos dublagem para todos os diálogos, somente os pontos principais da história.

Se tem algo que poderia ser melhorado, não pela qualidade, mas pela repetição, é a trilha das batalhas e do mapa. Acho que uma variação de temas ajudaria bastante, mas entendo que seguiram o padrão dos J-RPGs.

Velho Também Joga – Review: “Ni no Kuni: Wrath of the White Witch”. Som: 5 bengalinhas.

Pedaços de um coração partido

“Ni no Kuni: Wrath of the White Witch” é um dos melhores RPGs que joguei em toda minha vida. Ele consegue combinar uma jogabilidade que exige dedicação com uma história bem interessante, como qualquer bom J-RPG. Só que ele vai muito além ao trabalhar em parceria com o Studio Ghibli. Toda a parte visual do jogo é espetacular. Tudo isso ainda vem embalado com uma trilha sonora inesquecível. Ouça “Kokoro no Kakera – Pieces of a Broken Heart” e entenderá o que quero dizer. O jogo é praticamente perfeito e funcionaria tanto como uma animação quanto um livro para crianças.

Velho Também Joga – Review: “Ni no Kuni: Wrath of the White Witch”. Nota: 5 bengalinhas. *Não é uma média das notas.

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