Saudações velhos leitores de quadrinhos, dessa vez estou sendo mais rápido e vocês três podem ficar contentes, estou aqui com a crítica de X-Men 09, lançado pela Panini em Janeiro de 2021 e que reúne os títulos: “X-Men 4”, “Marauders 4”, “X-Force 4″, Excalibur 4”, “New Mutants 4” e “Fallen Angels 4”.
“X-Men 4 – Economia Global”, escrita por “Jonathan Hickman”, ilustrada por “Leinil Francis Yu” e colorida por “Sunny Gho”.
Depois de uma edição divertida cheia de galhofa, temos uma história mais pé no chão. Os mutantes foram convidados para o fórum econômico mundial de Davos para discutirem sobre a nação mutante de Krakoa e suas drogas.
O roteiro de Hickman brilha ao usar muito bem as diferenças de personalidade entre Magneto, Xavier e Apocalipse. Os diálogos me surpreenderam para um quadrinho mensal, que eu imagino que seja feito para os adolescentes/jovens adultos. A história funciona bem e nem faz falta que a possibilidade de ação seja tratada muito rapidamente por Ciclope e Gorgon. A arte do Leilnil acompanha a história muito bem e mostra a versatilidade do artista, que vai de uma edição focada na ação para outra focada em diálogos sem deixar a qualidade cair. Essa combinação de roteiro e arte ficou excepcional e me agradou bastante.
“Fallen Angels (Anjos Caídos) 4 – Shikatsu”, escrita por “Bryan Hill”, ilustrada por “Szymon Kudranski” e colorida por “Frank D’Armata”.
E a minha mutante predileta segue sendo castigada por uma história confusa/chata e uma arte que não me agrada em nada. Ainda que a história tenha melhorado um pouquinho, sigo torcendo para que simplesmente acabe e comece um novo arco. Fico até com dificuldade para entender se o roteiro que é realmente ruim ou a arte que me afasta, todo caso nem tenho mais o que falar sobre a edição, a não ser que Shikatsu significa “Vida e Morte”.
“Excalibur 4 – Verso IV: Recue e pense na Inglaterra!”, escrita por “Tini Howard”, ilustrada por “Marcus To” e colorida por “Erick Arciniega”.
Que edição maneira. Ainda não entendo o mundo de Excalibur, mas gostei de ver a Capitã Britânia sendo reconhecida pela rainha da Inglaterra e tendo que lidar com as consequências disso. Fora isso tem uma boa aventura do Gambit com o Rictor e um pouco mais da Jubileu com o seu bebê dragão. O trabalho do Marcus também é excepcional, com um nível de detalhes impressionante nos personagens e clara marcação dos diferentes ambientes em que cada um deles está, o que é complementado pelas cores do Erick. Essa edição me trouxe para dentro da história e me deixou com vontade para ver como a situação da Capitã será resolvida.
“X-Force 4 – Economia Sanguinária”, escrita por “Ben Percy”, ilustrada por “Joshua Cassara” e colorida por “Dean White”.
Percy nos trouxe uma história impecável nesta edição. Ele segue contando sobre os ataques que os humanos estão realizando contra os mutantes e a maneira como ele está escalonando essa ameaça é excelente. A arte do Joshua também está em outro nível, conseguindo competir com o texto. Eu achava que a história dos X-Men seria a melhor da edição, mas estava enganado, já que o X-Force conseguiu ir um passo além.
“New Mutants (Novos Mutantes) 4 – Velozes e Furiosos”, escrita por “Ed Brisson” e arte por “Flaviano”.
Como será que os Novos mutantes serão resgatados de seu cativeiro? Aqui temos a resposta, já que a história é uma continuação direta da edição anterior. Gosto da direção que o roteiro toma para contar esta história bem simples, principalmente porque funciona bem para apresentar os personagens, com seus poderes e personalidades. A solução do problema é bem simples e óbvia, mas agradável de ler. Flaviano faz um trabalho bom e bem leve, assim como a história. Espero que a próxima edição traga a finalização deste enredo antes de retornar para os membros que estão na aventura espacial.
“Marauders (Carrascos) 4 – O bispo vermelho”, escrita por “Gerry Duggan”, ilustrada por “Lucas Werneck” e colorida por “Federico Blee”.
Uma aventura dos mutantes no Brasil? Temos. Uma aventura dos mutantes fazendo um resgate? Temos. Mais uma edição dos Carrascos que chega misturando bem política com ação, além de mover muito bem a trama. Enquanto Tempestade vai (vem?) com parte do grupo resgatar mutantes no Brasil, Kate vai para Taipei em uma missão dupla: resgatar uma pessoa e convencer Bishop a ser seu Bispo Vermelho no Clube do Inferno. Gerry usa bem o espaço que tem e consegue contar todas as tramas sem atropelar o texto e ainda sobra espaço para abrir uma ameaça futura. Já a arte do brasileiro Lucas Werneck me pegou de surpresa, porque não o conhecia e se não fosse o trabalho de cores, acharia que estava vendo artes de uma edição de X-Men dos anos 90. Nostalgia pura e boa que adiciona pontos para esta edição.
“X-Men” 09 está excelente, correspondendo às expectativas que a edição 08 tinha me dado. Apenas uma das histórias é ruim e as outras cinco são excelentes. Espero que isso siga na edição 10. Nota 4.5 bengalinhas para “X-Men” 09.