Saudações velhos leitores de quadrinhos (isso vocês três que pediram a sequência das críticas aqui), estou voltando para continuar com a minha saga de ler quadrinho mensal dos X-Men. Mega atrasado na leitura, mas tudo bem, quem lê “blog” hoje em dia?
Cheguei ao volume 8, que reúne os títulos: “X-Men 3”, “Marauders 3”, “X-Force 3″, Excalibur 3”, “New Mutants 3” e “Fallen Angels 3”.
“X-Men 3– Hordicultura”, escrita por “Jonathan Hickman”, ilustrada por “Leinil Francis Yu” e colorida por “Sunny Gho”.
Que história inusitada e divertida! É o “puro suco” dos quadrinhos, reunindo uma galhofada que eu estava com saudades de ler. Um grupo invade a ilha de Krakoa e rouba uma das fazendas com as plantas medicinais. Mas esse grupo é tão absurdo que chega ser inacreditável, com tudo que os quadrinhos podem oferecer de bizarro. Para mim foi a melhor história da revista. Finalmente “X-Men” sendo “X-Men” “das antigas”. Fora o texto, temos a arte que está impecável novamente.
“Fallen Angels (Anjos Caídos) 3 – Seppuku”, escrita por “Bryan Hill”, ilustrada por “Szymon Kudranski” e colorida por “Frank D’Armata”.
Novamente não sei como avaliar esta história sem ser reclamando muito, mas, como não quero fazer isso, vou apenas dizer que sigo não gostando de nada. A história é totalmente desconectada da principal e não evoluiu como trama individual. Não existe nem um mistério que me faça ficar curioso de voltar aqui na próxima edição e a arte também é muito fraca (para o meu gosto).
“Excalibur 3 – Verso III: Três pactos”, escrita por “Tini Howard”, ilustrada por “Marcus To” e colorida por “Erick Arciniega”.
E seguimos com a saga do Velho tentar entender o que se passa no mundo de Excalibur. A história do Apocalipse segue fraca, para mim, e a parte dos irmãos Britânia segue desinteressante, mas um pouco menos confusa. Não sei onde o autor quer chegar e nem sei se me importo com isso, mas pelo menos nesta edição ele abusou do principal diferencial de Excalibur: a mistura de aventura e fantasia medieval. A edição está carregada de ação, incluindo um bebê que vira dragão, e a ilustração do Marcus segue evoluindo. Me parece que ele vai ficando mais familiar com os personagens e com o universo todo. O nível de detalhes dos cenários, e dos personagens, está excelente. As cenas de ação estão bem claras e fáceis de entender. Vejo uma melhora e fico mais otimista para o futuro destas histórias.
“X-Force 3 – A Chave Mestra”, escrita por “Ben Percy”, ilustrada por “Joshua Cassara” e colorida por “Guru eFX”.
O autor corrige o erro de tentar criar drama com a morte do Professor X, movendo a história com a busca por quem é o responsável pelo ataque à nação mutante. A trama se desenrola com um clima bem pesado que é ajudado pela qualidade da arte de Joshua. Os desenhos estão incríveis, o que ajuda a compartilhar da dor da Dominó, que foi esfolada viva para que sua pele fosse combinada ao DNA dos invasores da ilha. Fora isso ela também perdeu um olho. Haja sofrimento. Me agrada bastante esse ensaio de disputa mutantes vs ciência, já que os inimigos estão usando isso para ter uma vantagem que permita enfrentar os “X-Men”.
“New Mutants (Novos Mutantes) 3 – Até o túmulo”, escrita por “Ed Brisson” e arte por “Flaviano”.
De todos títulos “X-Men”, novos mutantes era o que estava gostando mais, então estava curioso para ver como Hickman iria dar sequência na história, porém, para minha surpresa, quem escreve esta edição é o “Ed Brisson”, até o artista foi trocado e agora temos Flaviano. Só que foi uma boa surpresa com uma aventura com cara de quadrinhos mensal, aquela galhofa boa demais, sem perder a qualidade da história. Ao invés da sequência da saga dos Novos Mutantes no espaço, temos uma história contada na Terra, com mutantes que eu nunca tinha visto, saindo da ilha de Krakoa para convidar outros mutantes, que eu também nunca tinha visto. É muito legal ver jovem agindo como jovem, sendo imprudente e tendo que lidar com as consequências dos seus atos. A história é bem escrita e divertida, apresentando um dos casais mais bizarros que já vi: Bico e Angel. Gosto que a escrita faz sentido com os personagens apresentados (todos fomos jovens e sabemos como é) e começa bem leve, mas termina indicando uma consequência (será pesada?) para a próxima edição, o que me faz ficar bem curioso. O trabalho de arte do Flaviano é bom, me lembrando os quadrinhos da minha adolescência, e encaixa muito bem com o que está sendo narrado.
“Marauders (Carrascos) 3 – O bispo em preto”, escrita por “Gerry Duggan”, ilustrada por “Michele Bandini” e colorida por “Federico Blee”.
Estava esperando a sequência da história da edição anterior, mas em troca recebi uma história muito boa entre pai e filho. Com muita habilidade o autor já deixa qualquer leitor entender que havia uma história mal resolvida entre eles, e que o pai está tirando proveito do filho ter passado os últimos anos morto (lembrem-se que os “X-Men” criaram um processo para ressuscitar os mortos) para tentar fazê-lo ficar ao seu lado. Fica nítido que o “Clube do Inferno” (ou Hellfire Trading Club) vai ser uma ameaça para a paz da nação mutante, já que tudo indica que teremos uma guerra de poder entre os contrabandistas. A história, além de bem escrita, é bem interessante e tem ajuda do excelente trabalho da Michele, que substitui muito bem “Matteo Lolli”. Desta vez acredito que não foi a melhor história da revista dos “X-Men”, mas ficou em um honroso segundo lugar.
Gostei muito desta edição de “X-Men”, sendo a melhor de todas após a saga inicial. Das 6 histórias apenas duas não me agradaram, mas só uma achei realmente ruim. As outra quatro histórias eu achei boas demais. Sinto que a revista está vindo em uma crescente e por isso fico ansioso para próxima edição. Não tem como não dar 4 bengalinhas para “X-Men 8”.