Achou que eu tinha desistido de colocar as críticas dos quadrinhos de X-Men? Achou certo, eu tinha desistido, mas resolvi voltar. Não esperem regularidade, como já está óbvio, não é? Depois de 4 meses volto aqui para escrever sobre X-Men 10, revista lançada pela Panini em Fevereiro de 2021 e que traz os títulos: X-Men 5”, “Marauders 5”, “X-Force 5″, Excalibur 5”, “New Mutants 5” e “Fallen Angels 5”.
“Marauders 5 (Carrascos) – Tempo de Semear“, escrita por “Gerry Duggan”, ilustrada por “Matteo Lolli” e “Lucas Werneck”, colorida por “Federico Blee”.
Que alegria voltar para o texto do Gerry e para as artes deste quadrinho que me remetem totalmente aos anos 90. Cada vez mais os Marauders ganham minha atenção e essa edição reforçou isso. A história teve um avanço significativo e mostra bem a trajetória do Clube do Inferno (Hellfire Trading Company). Diferente da edição anterior, esta praticamente não teve ação, mas a trama política se desenvolveu muito bem e ainda introduziu uma nova ameaça: “Homines Verendi”. A interação entre os personagens segue sendo feita de forma crível e natural, com destaque para a parceria entre Emma e Kate, além de uma compreensão mais profunda dos papéis de Tempestade e Homem de Gelo. Ainda temos a indicação do óbvio: traições vão acontecer. A arte de Lucas e Matteo (dois nomes bíblicos para combinar com o título da edição) suporta toda essa história de maneira positiva e ainda conseguem quebrar o quanto a edição foi mais “lenta” por conta da falta de ação.
“Excalibur 05 – Verso V: Pânico nas ruas de Londres“, escrita por “Tini Howard”, ilustrada por “Marcus To” e colorida por “Erick Arciniega”.
Lembram que não entendo o mundo de Excalibur? Pouco importa, a edição chegou arrasadora. Finalmente vemos o Apocalipse que conhecemos e também vemos todo amor que Gambit sente pela Vampira: que retorno triunfal! Na hora que mais precisaram dela. Valeu a pena esperar e confiar na história de Tini.
Fora essa trama de Gambit, Rictor, Vampira e Apocalipse, temos também a Capitã Britânia defendendo as ruas de Londres de ameaças “bizarras”. O texto caprichado ainda é acompanhado por um trabalho artístico excelente de Marcus e Erick. Se a edição anterior me trouxe para dentro da história esta me fez ficar ansioso por Excalibur 06.
“New Mutants (Novos Mutantes) 05 – Espécies ameaçadas“, escrita por “Jonathan Hickman” e arte por “Rod Reis”.
Novamente a história dos “Novos Mutantes” alterna e não só volta para o espaço, como também volta para as mãos de Jonathan. Não sou um grande fã das aventuras espaciais dos mutantes, mas o texto de Hickman ajuda bastante. A trama eu nem acho lá tão interessante, mas a maneira que ele desenvolve os personagens, e o relacionamento entre eles, é de outro nível para quadrinhos mensais de herói. Gosto principalmente do desenvolvimento do Roberto e da Magia. Sei que o primeiro, por ser brasileiro, já olho com mais carinho, mas não é só por isso. Aqui ele é um personagem forte e em uma posição que personagens latinos normalmente não são colocados. Já a segunda eu não conhecia, no meu passado de leitor nos anos 90, e estou virando fã. Pensando até em comprar a estátua dela para o escritório. 😅 Para não dizer que não falei nada da história, o final dela tem um gancho no estilo que segue sem funcionar para mim: morte. Mas se podemos criar novamente o mesmo mutante, colocar as memórias de volta, o peso fica ainda menor do que tradicionalmente já tem nos quadrinhos. Vamos ver como Jonathan seguirá com a história.
E para falar novamente de brasileiro, a arte do Rod Reis, como sempre, se destaca ao se alinhar perfeitamente com o tom da história. Ele não só desenhou, como também coloriu, e a escolha das cores criou ambientes imersivos para o leitor ficar dentro da história. O cuidado das cenas de ação e calmaria parece ter sido o mesmo. Palmas para ele.
“X-Force 5 – Força necessária“, escrita por “Benjamin Percy”, ilustrada por “Joshua Cassara” e colorida por “Dean White” e “Rachelle Rosenberg”.
Tem uma carteirinha de fã clube do Percy? Mais umas três edições como essa e eu entro para o clube. Que história eletrizante que me fez devorar as páginas muito rápido. Tão rápido que depois que terminei percebi que não havia reparado na arte. Já vou até falar que as ilustrações do Cassara estão excelentes e a dupla White/Rosenberg complementou tudo muitíssimo bem. Teria sido uma pena passar pela edição sem prestar atenção no trabalho deles, mas isso também é um sinal do quão bem a arte se integrou ao texto. Por falar em integração, a representação da natureza da ilha de Krakoa servindo de matéria prima para as armas de Forge ficou tão fluido que parece óbvio para não ter sido representado antes . A história teve bastante ação, com muita violência e também espaço para mover o mistério sobre os invasores de Krakoa e desenvolver a personagem Dominó. Palmas para o diálogo que ela trava com Wolverine.
“Fallen Angels (Anjos Caídos) 5 – Sensei“, escrita por “Bryan Hill”, ilustrada por “Szymon Kudranski” e colorida por “Frank D’Armata”.
E lá vem esse combo de história chata com arte muito ruim para o meu gosto. Vou até poupar o trabalho de leitura e dizer que teve mais uma pequena melhora na história e com isso a arte foi junto, mas sigo torcendo para esse arco acabar e trocar toda a galera responsável por produzir a revista dos “Anjos Caídos”.
“X-Men 05 – Dentro da câmara“, escrita por “Jonathan Hickman”, ilustrada por “R. B. Silva” e colorida por “Marte Gracia”.
Duas histórias escritas pelo “Jonathan Hickman”? Temos. E no título principal dos mutantes ele brilha ainda mais. A narrativa tem profundidade na sinalização de um novo arco e também no relacionamento entre os personagens, que fica muito natural e real. Tem um diálogo entre Logan e Laura (X-23) é um ótimo exemplo disso. A maneira que ele tenta mostrara para ela, que ela também é um Wolverine, é feita de maneira simples e eficiente.
Para adicionar ainda mais valor nesta história, temos as ilustrações de RB em perfeita sincronia com o que está sendo contado, trazendo ação e movimento quando a história pede e contemplação quando é necessário. Quero destacar também o trabalho de Marte que é uma aula de como destacar o que é importante em cada quadro e também de como se fazer cenas mais escuras, contrastando com o trabalho apresentado por “Frank D’Armata” em Fallen Angels.
“X-Men” 10 manteve a qualidade da edição anterior, trazendo 5 histórias excelentes e apenas uma ruim. Não tem como dar menos do que nota 4.5 bengalinhas para “X-Men” 10. Será que a edição 11 conseguirá manter o padrão tão alto?